“Será que dá pra entrar com fruta na bolsa?”
(Oh, no. Quando você se preocupa com esse tipo de coisa ao ir prum festival de rock, tá na cara que passou da hora de ter feito isso).
“Tem certeza, posso colocar papel alumínio em volta? Não vão pensar que é uma dola de maconha não, né?”
(Ufs).
O fim de semana passado foi assim. Repleto de dúvidas das mais idiotas. Porque antes eu ficava preocupada em amarrar uma camisa xadrez em volta da cintura para não sentir frio. Agora tem que pensar em tudo, é uma operação de guerra! Não pode confiar na comida de lá, com certeza é “comida de menino”, pizza, cachorro quente e hambúrguer. Tem que se hidratar pra não passar mal. Aproveita toma um Engov logo, que amanhã você trabalha e não pode mais se dar ao luxo de fazer isso meio bêbada. Já fez, mais de um milhão de vezes, mas não dá pra fazer mais, porque... ah, porque não vale a pena.
Eu lembro a primeira vez que tive vontade de ir ao Rock in Rio,
foi quando ouvi um vinil bicolor que minha irmã tinha ganhado de presente e
gostei das músicas. Eu lembro que sabia que essa tal festa era muito especial,
e me perguntava porque a gente (no caso, minha família, eu papai, mamãe,
irmãos) não tínhamos ido pra lá. Mas a coisa ficou assim, tipo uma nuvem lá
atrás. Não lembro que ano foi isso, mas não importa muito. Quem se lembra desse
vinil sabe que isso foi em OUTRA ERA. Isso foi ANTES do RiR deixar de existir,
para depois ressurgir das cinzas, agora, anteontem.
Semana passada fui ao festival pela primeira vez. Sinto que
dessa vez a vida não me deu a oportunidade na hora certa, pra ser bem sincera.
Isso era pra ter acontecido há uns dez anos, quando a preocupação era amarrar a
camisa xadrez na cintura. Eu realmente queria ter postado uma foto no instagram
fazendo beicinho e o símbolo do capeta na mão, mas não rolou, gente. Não que
tenha sido ruim, mas acho que paguei caro demais pro show de rock celta maluco
que, aliás, foi o que mais gostei, de tudo. Daí você fica pensando na
infraestrutura... e elogia que o banheiro tava bem limpinho. Tem até uma certa
vontade de descer na tirolesa, mas imagina o trampo para chegar até lá. Come a
fruta que carregou na bolsa porque tá começando a pesar. E lembra de beber uma
água de vez em quando.
O festival de fogos foi lindo! Depois começou Jota Quest e
eu fui pegar uma cerveja. Fui cativada pelo rock celta e lá fiquei até começar
a Alicia Keys. O show da Alicia Keys foi a coisa mais chata que me lembro de
ter presenciado nos últimos tempos, e com certeza a coisa mais terrivelmente
chata que já paguei para fazer. O festival virou um chill out gigantesco, todas
se estapeia pra conseguir um metro quadrado no chão (pode ser o de cimento
mesmo, o espaço no gramado acabou) para deitar e dormir. DORMIR! Não tipo bater
um papo e esticar as pernas. Tipo dormir de conchinha e babar no braço do
namorado. Assisti ao show todo, tentando acreditar que ia melhorar. Uma música
lá melhorou mesmo, foi quando a Maria Gadú subiu ao palco. “É impressão minha
ou a Gadú tá DANDO UMA FORÇA para Alicia? É, isso mesmo”. Que coisa.
***
Depois de uma semana, descobri, vendo televisão, que não cheguei
sequer a conhecer o festival todo.
-Caralho, esse palco aí eu nem vi. PQP! Não acredito que eu
não vi um palco gigantesco desse!-Jura que você não viu? Tava do lado da montanha russa!
-Tinha uma MONTANHA RUSSA lá dentro???? Conheça a autora
Nossa, me identifiquei kkkkk
ResponderExcluirQue bom, kkkkkk!
Excluirbjs