quinta-feira, 16 de abril de 2015

#rioaos30FDS: Sana

Acho que foi há uns quinze anos, na Escola Técnica do ES, ainda, quando ouvi falar pela primeira vez no Sana. Desde aquela época já era um conhecido lugarzinho bacana pros doidão hippie fumar maconha e tomar banho de cachoeira. Apesar de eu não ser hippie e não fumar maconha, sempre gostei desse tipo de lugar. Por alguns dias, a gente pode parar de pentear o cabelo, andar de havaianas e não precisa se preocupar nem com batom na mochila, o que pra mim é um oásis no meio das roupas passadas sapatos bico fino maquiagens base pó primer corretivo secador de cabelo de todas as gravações. Pois bem.

No último feriado eu consegui ir ao Sana! Olha que legal! Comemora, gente! São quinze anos! E vou te dizer: é mesmo um lugar pros malucos fumarem maconha e tomarem banho de cachoeira. Uma delícia!

No primeiro dia eu só dormi. De verdade. Eu precisava, e não achei nada mal ficar olhando pra essa vista verde da janela enquanto o sol caía devagarzinho, o frio vinha de mansinho e os mosquitos me jantavam.




É, se você é daquele tipo que tem horror a umas picadas e talz, bem, natureza é isso também.

Fiquei hospedada no Iaiá Hostel, uma casa muito aconchegante do casal Iaiá e Gabriel. Eles têm duas crianças fofas que são apertáveis a quem se interessa. Eu me interessei muito. E a sala e a cozinha, como é de praxe nos hostels, são abertos aos hóspedes. Do jeito que eu gosto.



O Gabriel toca numa banda muito boa, e se você gosta de um som brasileiro ao vivo, vai gostar de saber onde a turma vai se apresentar à noite. Normalmente o bar ficava lotado quando eles começavam a tocar, então é bom chegar mais cedo. Apesar de que, os shows começam mais tarde, tipo meia-noite. Mas você pode ficar curtindo uma Heineken ou uma Bud, que é bem fácil de achar pelos bares de lá. E as coisas não são caras, pelo menos pro padrão Rio. Para a banda, separe uma gorjeta bacana. Eles não cobram couvert, só passam o chapéu, uma boa oportunidade pra você mostrar que valoriza!

Bem, vamos ao que interessa: as cachoeiras! No dia seguinte acordei descansada o bastante para topar uma trilha. Você não precisa de carro para ir para as cachoeiras, aliás, nem rola. Todo mundo pega a estrada da roça durante o dia e sobe em direção a elas.



Pelo caminho, você ainda pode apreciar as placas do caminho, e rir um bocado com a criatividade e espontaneidade da galera local...




Optei por ir direto para a cachoeira que fica mais longe, creio que o nome seja Sete Quedas. Dá uma olhada nisso:



Essa é daquelas cachoeiras que você pode ficar debaixo, olhando a água virar um lençol por cima de você. Água cristalina e... gelada. Paciência, é uma cachoeira.

Depois desci para a segunda cachoeira. Esta é menorzinha, mas muito charmosa. Em volta tem uns poços onde se pode tomar banho com mais tranquilidade.




Enfim, a primeira cachoeira. Esta é a mais famosa e frequentada, tanto pela facilidade da trilha quanto pela brincadeira. Nela, é possível escorregar e cair direto numa piscina de água doce. Dá pra passar o dia fazendo isso!




Vamos a algumas dicas: as trilhas são bem tranquilas, se você não tem nenhum tipo de dificuldade de mobilidade vai chegar bem. Dá pra ir descalço, de havaiana, de tênis, como você quiser. Só fique de olho nas pedras escorregadias, principalmente depois de dias de chuva. A lama pode te deixar no chão se você não prestar atenção! Isso também serve para andar nas cachoeiras.

Pelo menos no feriado havia banquinhas com doces, salgados, água, chá mate e outras coisas pelo caminho ou na entrada das cachoeiras. É mais caro, mas é o preço de quem não quer carregar peso, né? Há, na maioria dos locais, opções vegetarianas e integrais.

Cuidado com o horário de voltar. Nas florestas o sol desce mais rápido e há sempre o risco de se perder. Mesmo sendo as trilhas bem abertas, é bom não facilitar.

Lembre-se que você está numa área de preservação ambiental. Leve sua sacola de lixo para recolher seus resíduos, não arranque flores e plantas, não mexa com os animais e não coloque som alto. Isso é poluição sonora e acredite, ninguém está indo pro meio do mato pra ouvir o funk, o arrocha, o eletrônico e nem mesmo o rock que você curte.

Bom Sana pra você!



 
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quinta-feira, 2 de abril de 2015

#rioaos30FDS: Paineiras



Então, no tratamento de crises de ansiedade tem essa coisa de entrar em contato com a natureza, confuso que é tratar uma questão que não se sabe ser de origem mais filosófica ou química, tenho pra mim que é de fato social, haja vista o tantão de gente sofrendo disso, mas quem sou eu, se não paciente, então paciência e faz o que te mandam. Foi assim que eu e meu namorado fomos conhecer as Paineiras, um cantinho de mata das redondezas do Corcovado que pouca gente sabe que fica joia em fins de semana e feriados, ocasiões em que fecham a estrada para carros a fim de abrirem para pessoas como eu, que precisam de contato com a natureza. Enfim.



Paineiras nada mais é que uma estrada, de asfalto mesmo, mas numa vizinhança muito, muito bonita. De um lado é a Estrada do Redentor e de outro Estrada das Paineiras, que se encontram numa bifurcação e viram a Estrada do Corcovado. A gente foi de carro, tem estacionamento e é tranquilo de chegar pelo Google Maps. A "entrada" é exatamente no meio do caminho de quem sobe para o Cristo, dá inclusive para pegar um bondinho de lá. Há uma pequena lanchonete e banheiros também. E tem uma construção antiga, um casarão, muito bacana, lógico, com uma bela vista. 



São apenas alguns quilômetros subindo a estrada de forma bem fácil, sem ser íngreme demais. Durante a caminhada há várias bicas de água de nascente, um convite para se refrescar! Ficamos na expectativa do que teria no final do percurso, já que, enfim, tinha que ter alguma coisa, um macaco gigante, uma fonte, um mirante, um ambulante vendendo Heineken, em cidades turísticas, e principalmente aqui, tem que ter o "ápice" da experiência, e nós esperávamos ansiosos pelo que viria. Já te digo: tinha uma placa de "fim", ou algo que o valha, e dali voltamos. Como eu disse, é só uma estrada que fecham no final de semana, então não tem a experiência apical não. Para não ficarmos traumatizados abrimos a nossa mochila e tiramos nosso sanduíche para coroar a primeira parte da caminhada com um piquenique. 




Na volta paramos no mirante Dona Marta. A vista é espetacular! Bom fds!







 

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quarta-feira, 1 de abril de 2015

#universo30: Partiu macumba! (parte 2)




Uma semana depois do ocorrido com Elisa, sonhei com Gabriel Labanca. Todo mundo ainda sentia falta de seu jeito “espirituoso”, e essa é talvez uma piadinha infame que ele faria. 
-Oi Mocréia! (ele costumava me chamar dessas coisas carinhosas. Aliás, Keka era “Índia Velha”, Roberta era “Naja Pomerana”, todos tinham um codinome especial inventado por Labanca).
-Oi.
-Negócio é o seguinte. Tô precisando da sua ajuda também.
-Porra, Labanca! Me deixa dormir! Olha, eu não sou médium, não tenho nenhuma faculdade espiritual especial, como vou te ajudar?
-Ah, Feiosa! Eu sei que você ajudou a Elisa semana passada! Porque não pode me ajudar também?
-Como? Como você sabe que a Elisa...

Enfim. Assim foi o sonho. Rápido, ele falava acerca de um número. Não consegui decifrar sobre o quê exatamente ele falava, mas algo me diz que era um número de três dígitos. Ainda esta noite, a mãe de santo que decifrou a mensagem de Elisa durante o Festival de Cinema (vide parte 1 desse texto) me apareceu em sonho também (pois é, olha que noites agitadas, gente!) e me disse que a razão por ele ter me escolhido para falar era uma paixão que nos unia. 

Audiovisual? Será que se tratava de algum projeto no computador dele? Um amigo citou essa possibilidade e eu achei bem plausível. Mas o fato é que, mesmo conhecendo o Labanca desde a oitava série do primeiro grau (estudamos em uma escola pública e ele já era o desenhista da turma naquela época), eu não tinha aqueeeela convivência com ele, muito menos com a família ele. Como chegar no computador dele? E ainda pedir pra fuçar???

A coisa ficou de lado. Comecei a ventilar a ideia de ir a um Centro Espírita pra ver se alguém me dava uma luz. E falar com o máximo de pessoas para ver o que elas acham a respeito. 

Claro que cada um me mandou para uma igreja diferente e tinha uma versão para o mistério do número, o que não ajudou muito. Um amigo me falou algo que me chamou a atenção em especial, “será que eles não aparecem porque é você que precisa de ajuda? Precisa entender alguma coisa, sei lá”, e eu fiquei com a pulga atrás da orelha. Parecia muito mais óbvio que eles é que precisavam de mim, jovens como morreram, ninguém espera, com certeza ficaram pendências por aqui e eles precisavam de mãos para finalizá-las. Mas qual é a real preocupação de quem já se foi, gente? Enfim, eu tinha que começar a investigar. 

Mas vocês sabem, a vida vai passando e a gente tentando correr atrás do que era prioridade para ontem. Portanto, anos se passaram e nada foi feito. Até que desde o ano passado voltou a latejar essa história, como um compromisso sério, tenho que fazer alguma coisa sobre isso, e com o estímulo de uma amiga fui a um Centro aqui no Rio. 

Chegando lá, nossa, grande, e um monte de gente, passei por umas salinhas, conversei com umas pessoas. É por motivo de saúde que você está aqui?, disse uma médium, Mais ou menos, na verdade nem sei, posso dizer que fui diagnosticada com Síndrome do Pânico, AAAAAhhhhh, isso é totalmente espiritual, minha filha, você sabe, os espíritos obsessores ficam grudando na gente e podem nos fazer mal, Senhora, acredito nisso, só acho que meus espíritos obsessores estão vivinhos da silva, posso te citar os nomes se você quiser. Ela riu e continuou, Também pode ser um compromisso espiritual que você já está adiando há muito tempo, Pode ser, faz sentido, amigos meus, desencarnados (eu já falando kardecês) apareceram em sonhos para mim, mas já tem anos, Então, minha filha, se você continuasse no seu estado de conforto jamais viria aqui, pode ser isso sim, Tudo bem, pode ser, parafraseando meu sábio e já desencarnado vovô Henrique, enquanto não sei com quem está a verdade deixa todo mundo entrar. 

Recebi um “cartão de vacinação” com espaços para carimbar minhas sessões de um tratamento espiritual. A coisa vai de oito meses a um ano e pouco, não pode mais do que isso, depois, tipo, prescreve a parada e os espíritos voltam a te aporrinhar, ou algo do tipo, ainda estou no início, não aprendi tudo, tá? Paciência.

Só peguei uma palestra até agora, quase dormi, achei umas coisas interessantes, outras me irritam, essa coisa de todo mundo achar que é o dono da verdade, até os ateus estão proselitistas no mundo de hoje, gente, é muita intolerância com as crenças alheias, islamismo, cientificismo, o cerne do discurso é o mesmo, eu sou fodão e o resto é imbecil, e eu, no meio disso tudo, intolerante a tudo e a todos. 

Não sei onde vai dar. Quero chegar na parte legal, de ver espíritos, ou pelo ouvir coisas e talz. Só sei que se não rolar vou ficar meio decepcionada. Se essa parada toda não existir, como se explica tantos fenômenos que a ciência ainda não abarcou? 



E o cérebro, tadinhos de nós, sabemos absolutamente nada sobre ele, ficamos enchendo o pobre de drogas, antidepressivos, anticrises de pânico, antissonolência, antiacordância, e vamos ficando assim, cabeça oca, parece que a massa cerebral que antes era fofinha como uma tripa vai virando isopor. Não sei explicar porque, mas é isso. Acho que meu cérebro tá virando isopor. E para uma doença séria como a isoporização cerebral, creio que só mesmo com ajuda espiritual. 

Partiu macumba!  

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Era para esse texto ter sido escrito na segunda-feira. Não deu pra escrever antes, mas hoje acordei decidida a não adiar mais. Quando fui olhar no facebook dele, depois de tanto tempo sem visitar, tomei um susto. Feliz aniversário, Labanca! Ou estava no meu inconsciente, ou você está mesmo por aqui, seu Feioso. E se você é meu espírito obsessor, pode continuar enchendo o saco. 

Saudade de você, mané.  


 

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