quarta-feira, 1 de abril de 2015

#universo30: Partiu macumba! (parte 2)




Uma semana depois do ocorrido com Elisa, sonhei com Gabriel Labanca. Todo mundo ainda sentia falta de seu jeito “espirituoso”, e essa é talvez uma piadinha infame que ele faria. 
-Oi Mocréia! (ele costumava me chamar dessas coisas carinhosas. Aliás, Keka era “Índia Velha”, Roberta era “Naja Pomerana”, todos tinham um codinome especial inventado por Labanca).
-Oi.
-Negócio é o seguinte. Tô precisando da sua ajuda também.
-Porra, Labanca! Me deixa dormir! Olha, eu não sou médium, não tenho nenhuma faculdade espiritual especial, como vou te ajudar?
-Ah, Feiosa! Eu sei que você ajudou a Elisa semana passada! Porque não pode me ajudar também?
-Como? Como você sabe que a Elisa...

Enfim. Assim foi o sonho. Rápido, ele falava acerca de um número. Não consegui decifrar sobre o quê exatamente ele falava, mas algo me diz que era um número de três dígitos. Ainda esta noite, a mãe de santo que decifrou a mensagem de Elisa durante o Festival de Cinema (vide parte 1 desse texto) me apareceu em sonho também (pois é, olha que noites agitadas, gente!) e me disse que a razão por ele ter me escolhido para falar era uma paixão que nos unia. 

Audiovisual? Será que se tratava de algum projeto no computador dele? Um amigo citou essa possibilidade e eu achei bem plausível. Mas o fato é que, mesmo conhecendo o Labanca desde a oitava série do primeiro grau (estudamos em uma escola pública e ele já era o desenhista da turma naquela época), eu não tinha aqueeeela convivência com ele, muito menos com a família ele. Como chegar no computador dele? E ainda pedir pra fuçar???

A coisa ficou de lado. Comecei a ventilar a ideia de ir a um Centro Espírita pra ver se alguém me dava uma luz. E falar com o máximo de pessoas para ver o que elas acham a respeito. 

Claro que cada um me mandou para uma igreja diferente e tinha uma versão para o mistério do número, o que não ajudou muito. Um amigo me falou algo que me chamou a atenção em especial, “será que eles não aparecem porque é você que precisa de ajuda? Precisa entender alguma coisa, sei lá”, e eu fiquei com a pulga atrás da orelha. Parecia muito mais óbvio que eles é que precisavam de mim, jovens como morreram, ninguém espera, com certeza ficaram pendências por aqui e eles precisavam de mãos para finalizá-las. Mas qual é a real preocupação de quem já se foi, gente? Enfim, eu tinha que começar a investigar. 

Mas vocês sabem, a vida vai passando e a gente tentando correr atrás do que era prioridade para ontem. Portanto, anos se passaram e nada foi feito. Até que desde o ano passado voltou a latejar essa história, como um compromisso sério, tenho que fazer alguma coisa sobre isso, e com o estímulo de uma amiga fui a um Centro aqui no Rio. 

Chegando lá, nossa, grande, e um monte de gente, passei por umas salinhas, conversei com umas pessoas. É por motivo de saúde que você está aqui?, disse uma médium, Mais ou menos, na verdade nem sei, posso dizer que fui diagnosticada com Síndrome do Pânico, AAAAAhhhhh, isso é totalmente espiritual, minha filha, você sabe, os espíritos obsessores ficam grudando na gente e podem nos fazer mal, Senhora, acredito nisso, só acho que meus espíritos obsessores estão vivinhos da silva, posso te citar os nomes se você quiser. Ela riu e continuou, Também pode ser um compromisso espiritual que você já está adiando há muito tempo, Pode ser, faz sentido, amigos meus, desencarnados (eu já falando kardecês) apareceram em sonhos para mim, mas já tem anos, Então, minha filha, se você continuasse no seu estado de conforto jamais viria aqui, pode ser isso sim, Tudo bem, pode ser, parafraseando meu sábio e já desencarnado vovô Henrique, enquanto não sei com quem está a verdade deixa todo mundo entrar. 

Recebi um “cartão de vacinação” com espaços para carimbar minhas sessões de um tratamento espiritual. A coisa vai de oito meses a um ano e pouco, não pode mais do que isso, depois, tipo, prescreve a parada e os espíritos voltam a te aporrinhar, ou algo do tipo, ainda estou no início, não aprendi tudo, tá? Paciência.

Só peguei uma palestra até agora, quase dormi, achei umas coisas interessantes, outras me irritam, essa coisa de todo mundo achar que é o dono da verdade, até os ateus estão proselitistas no mundo de hoje, gente, é muita intolerância com as crenças alheias, islamismo, cientificismo, o cerne do discurso é o mesmo, eu sou fodão e o resto é imbecil, e eu, no meio disso tudo, intolerante a tudo e a todos. 

Não sei onde vai dar. Quero chegar na parte legal, de ver espíritos, ou pelo ouvir coisas e talz. Só sei que se não rolar vou ficar meio decepcionada. Se essa parada toda não existir, como se explica tantos fenômenos que a ciência ainda não abarcou? 



E o cérebro, tadinhos de nós, sabemos absolutamente nada sobre ele, ficamos enchendo o pobre de drogas, antidepressivos, anticrises de pânico, antissonolência, antiacordância, e vamos ficando assim, cabeça oca, parece que a massa cerebral que antes era fofinha como uma tripa vai virando isopor. Não sei explicar porque, mas é isso. Acho que meu cérebro tá virando isopor. E para uma doença séria como a isoporização cerebral, creio que só mesmo com ajuda espiritual. 

Partiu macumba!  

****

Era para esse texto ter sido escrito na segunda-feira. Não deu pra escrever antes, mas hoje acordei decidida a não adiar mais. Quando fui olhar no facebook dele, depois de tanto tempo sem visitar, tomei um susto. Feliz aniversário, Labanca! Ou estava no meu inconsciente, ou você está mesmo por aqui, seu Feioso. E se você é meu espírito obsessor, pode continuar enchendo o saco. 

Saudade de você, mané.  


 

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