segunda-feira, 23 de março de 2015

#universo30: Partiu macumba! (parte 1)

                                 vista do Hotel Ilha do Boi

-Heleninhaaaaaa.....
-Quê que foi?
-Acorda, Heleninha....
-Me deixa dormir, Elisa, amanhã começa o festival!
-Eu não vou deixar você dormir, hahahahahahhaha!!!! Você tem que conseguir a ovelha branca pra mim!
-Ovelha, que ovelha?
-A ovelha, Heleninha... branca e azul.
-A ovelha é branca ou é azul?
-Se concentra, Heleninha! A ovelha é branca. Qualquer coisa pergunta pro Fran.
-Tá, tá, agora me deixa dormir!

Novembro de 2013, um dia antes do Vitória Cine Vídeo começar, pela primeira vez eu ia fazer a Coordenação de Produção e a Elisa me aparece. Não sei há quanto tempo ela já havia morrido, mas já era conhecida a lenda entre os que sempre trabalhavam no Festival que ela todos os anos voltava para trabalhar também. Dizem que até os funcionários do Hotel Ilha do Boi, sede do evento, falavam de uma “moça gorda de lábios vermelhos”, a descrição perfeita da beleza abundante de Elisa.


                                                   retirado da internet


No café da amnhã falei do povo do meu sonho. Uma mãe de santo fazia parte dos profissionais e disse que a ovelha era um símbolo de animal na qual os mortos poderiam incorporar. Beleza, mas ela me falara de uma ovelha específica. Que ovelha era essa?

Em meio a uma produção gigante a gente foi à caça, e lógico, a primeira pessoa que fui perguntar era o Fran, ex-marido de Elisa. Havia uma bolsa que ela gostava muito, em formato de ovelha, mas estava em São Paulo, impossível de conseguir. Então que ovelha era essa, gente? Tinha alguma coisa azul, mas não sei direito o que é. Azul? Estranho. A mãe de santo começava a se desesperar, o festival já havia começava e Elisa não aparentava estar com nenhuma paciência com a nossa procura. “Ela vai baixar em mim”, dizia a doce mulher, e a gente sem saber o que fazer no meio de tanto trabalho.

No final do dia surgiu uma solução: vamos FAZER uma ovelha! Saíram atras de bolinhas de algodão e assim saiu essa mistura de carneiro e cachorro naif a qual chamávamos de ovelha.  
                              ovelha naif

Achamos que estava resolvido, a cadeira de Elisa estava separada para ela trabalhar, ninguém podia mexer, muito menos sentar nela, o povo do hotel achando cada vez mais excêntrico esse povo que “mexe com cinema”. Tocamos a produção, conscientes de que Elisa ficaria satisfeita ao menos com nossa tentativa em agradá-la.

Até que lá pelo meio do Festival conversamos com uma amiga de Elisa que dizia saber de qual ovelha se tratava, um bichinho de pelúcia fofo. Com um lenço. Azul.

                                            ovelha oficial!

Substituímos a ovelha naif horrenda pela oficial. Agora Elisa podia trabalhar feliz.


Continua...



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