vista do Hotel Ilha do Boi
-Heleninhaaaaaa.....
-Quê que
foi?
-Acorda,
Heleninha....
-Me deixa
dormir, Elisa, amanhã começa o festival!
-Eu não vou
deixar você dormir, hahahahahahhaha!!!! Você tem que conseguir a ovelha branca
pra mim!
-Ovelha,
que ovelha?
-A ovelha,
Heleninha... branca e azul.
-A ovelha é
branca ou é azul?
-Se
concentra, Heleninha! A ovelha é branca. Qualquer coisa pergunta pro Fran.
-Tá, tá,
agora me deixa dormir!
Novembro de
2013, um dia antes do Vitória Cine Vídeo começar, pela primeira vez eu ia fazer
a Coordenação de Produção e a Elisa me aparece. Não sei há quanto tempo ela já
havia morrido, mas já era conhecida a lenda entre os que sempre trabalhavam no
Festival que ela todos os anos voltava para trabalhar também. Dizem que até os
funcionários do Hotel Ilha do Boi, sede do evento, falavam de uma “moça gorda
de lábios vermelhos”, a descrição perfeita da beleza abundante de Elisa.
No café da
amnhã falei do povo do meu sonho. Uma mãe de santo fazia parte dos
profissionais e disse que a ovelha era um símbolo de animal na qual os mortos
poderiam incorporar. Beleza, mas ela me falara de uma ovelha específica. Que
ovelha era essa?
Em meio a
uma produção gigante a gente foi à caça, e lógico, a primeira pessoa que fui
perguntar era o Fran, ex-marido de Elisa. Havia uma bolsa que ela gostava
muito, em formato de ovelha, mas estava em São Paulo, impossível de conseguir. Então
que ovelha era essa, gente? Tinha alguma coisa azul, mas não sei direito o que
é. Azul? Estranho. A mãe de santo começava a se desesperar, o festival já havia
começava e Elisa não aparentava estar com nenhuma paciência com a nossa
procura. “Ela vai baixar em mim”, dizia a doce mulher, e a gente sem saber o
que fazer no meio de tanto trabalho.
No final do
dia surgiu uma solução: vamos FAZER uma ovelha! Saíram atras de bolinhas de
algodão e assim saiu essa mistura de carneiro e cachorro naif a qual chamávamos
de ovelha.
ovelha naif
Achamos que
estava resolvido, a cadeira de Elisa estava separada para ela trabalhar,
ninguém podia mexer, muito menos sentar nela, o povo do hotel achando cada vez
mais excêntrico esse povo que “mexe com cinema”. Tocamos a produção,
conscientes de que Elisa ficaria satisfeita ao menos com nossa tentativa em
agradá-la.
Até que lá
pelo meio do Festival conversamos com uma amiga de Elisa que dizia saber de
qual ovelha se tratava, um bichinho de pelúcia fofo. Com um lenço. Azul.
ovelha oficial!
Substituímos
a ovelha naif horrenda pela oficial. Agora Elisa podia trabalhar feliz.
Continua...
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